sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O pote rachado

Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara, a qual ele carregava atravessada em seu pescoço.

Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.
Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição,
e sentia-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:
- Estou envergonhado, quero pedir-lhes desculpas.
- Por quê? - perguntou o homem.
- De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu Senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços - disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Assim que retornarmos para a casa do meu senhor, quero que perceba as flores ao longo do caminho.

De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu desânimo. Mas, ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.

Disse o homem ao pote:
- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho?
Notou ainda que cada dia enquanto voltávamos do poço, você as regava?
Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor.
Se você não fosse do jeito que é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.

Cada um de nós tem seus próprios e únicos defeitos. Todos nós somos potes rachados.
Porém, se permitirmos, o Senhor vai usar nossos defeitos para embelezar a mesa do Pai.

Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Basta reconhecermos nossos defeitos e eles com certeza embelezarão a mesa de alguém… Das nossas fraquezas, devemos tirar nossa maior força…

Autor desconhecido

Retirado do blog.paulinas.org.br

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Cativos do Passado
Armando Fernandes de Oliveira

Acresce notar que quem sofre resignadamente, sofre menos;
quem sofre revoltado, sofre mais. A intensidade da dor está
ligada à maneira de como é recebida. Nesse particular as lições
evangélicas representam adequado remédio, minimizando e
curando, primeiramente as chagas da alma e depois as do corpo,
através da paciência, da compreensão e da fé, na certeza de que
após as noites escuras há sempre uma nova alvorada, com
renovadas perspectivas de vida.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Zahir

O Zahir
Paulo Coelho

Por isso é tão importante deixar certas coisas irem
embora. Soltar. Desprender-se. As pessoas precisam
entender que ninguém está jogando com cartas
marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que
reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio,
que entendam seu amor. Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade
ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo
já não se encaixa mais na vida. Feche a porta,
mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira:
Deixe de ser quem era e se transforme em quem é.